Três meses depois, ganhou um carro como primeiro prêmio e, desde então, vive somente do esporte. Hoje, o filho Renato Rodrigues da Silva, 20 anos, divide o tempo entre as aulas do curso de Direito e as vaquejadas de fim de semana. O irmão Renan, 14 anos, segue o mesmo caminho, apesar de ainda estudar no 9º ano.
A influência do pai fez com que Renato aprendesse a montar aos 2 anos de idade. Começou a correr vaquejadas aos 6 e a disputar competições oficiais aos 11. O tino para correr atrás do boi parece vir do sangue: na opinião de Tetê, Renato é hoje melhor do que o pai, mesmo quando este era mais jovem. Questionado sobre uma possível escolha entre o futuro como advogado ou como vaqueiro, Renato não titubeia: “Dá para fazer as duas coisas.
Na vaquejada, tem juiz, advogado, médico...”. O motivo de tamanha certeza está no presente. “Tudo o que minha família construiu veio da vaquejada. Pago minha faculdade, compro minhas coisas com o dinheiro das competições”.
Enquanto Renato viaja o Brasil ao lado do pai, Renan só corre em campeonatos regionais, por causa dos estudos. Mesmo assim, o filho mais novo calcula já ter ganho R$ 10 mil em prêmios, além de uma moto, desde que começou na categoria mirim, aos 6 anos. Hoje, compete na categoria amador e disputa de três a quatro torneios por mês.
Prêmios
A habilidade de Tetê para a vaquejada pode ser traduzida em números. Ele diz já ter ganho, sozinho, 26 carros em prêmios nos 27 anos de esporte. Perdeu a conta das centenas de provas que já ganhou, bem como da premiação em dinheiro e dos veículos divididos com outros rivais, coisa que não faz mais. Há alguns anos, não aceita rachar premiação: prefere disputar as rodadas até sair um campeão. Por isso, os adversários chegam a se juntar para derrotá-lo nas provas.
Para manter a carreira em alta, os quatro hectares do haras abrigam uma estrutura que inclui dez cavalos de competição, oito bois para treinos, caminhão com cozinha e apartamento, além de tratadores, veterinário e motorista. Somente os custos com cavalos e o caminhão superam os R$ 300 mil, financiados pelo proprietário do haras.
PROPOSTA DE INOVAÇÃO
Entidade defende mudanças nas regrasFortaleza. Tradição cultural, premiações milionárias, dezenas de eventos ao longo do ano. Com tudo isso, é preciso mudanças na vaquejada? A resposta é sim, pelo menos para o presidente da Associação dos Vaqueiros Amadores do Ceará (Avace), Leôncio Barreto, e para o vaqueiro Francisco Tobias da Silva, o Tetê.
O primeiro formulou a proposta de “uma nova vaquejada”, como ele mesmo chama. A idéia é preestabelecer um número de participantes por competição e mudar o regulamento das mesmas a fim de encurtar a duração dos eventos para atrair mais público, viabilizar a cobertura pela televisão e possibilitar menos gastos financeiros.
Atualmente, conforme Barreto, não há limite de inscritos para as vaquejadas. A eliminação dos participantes segue por várias rodadas até que se conheçam os vencedores. Apenas um juiz avalia o desempenho do vaqueiro, que precisa apenas derrubar o boi na faixa pintada e receber nota 10. “Já houve vaquejada que terminou na segunda-feira à tarde. Assim, é necessária uma maior quantidade de bois”, ilustra ele.
Pelo método novo, haveria limite de inscrições e apenas duas fases da competição. Na eliminatória, todos os vaqueiros disputariam um máximo de 40 vagas para a final. A segunda etapa já decidiria a classificação do torneio. Para isso, os participantes seriam avaliados por três juízes, que atribuiriam pontuação de 0 a 10. A avaliação levaria em conta toda a performance, incluindo aspectos como técnica, velocidade, segurança e defesa do animal.
Com as novas regras, o presidente da Avace destaca que os custos com aluguel de bois diminuiriam 25%. Ele sugere uma classificação regional de vaqueiros, feita com base nas competições que já existem, de forma a se escolher o campeão do Estado no fim do ano. Assim, haveria valorização também dos cavalos campeões.
Falta de apoio
Já Tetê avalia que a vaquejada caiu muito no Ceará e cita, como exemplo, o pequeno número de campeonatos em comparação a outros Estados. Ele acredita que a mudança necessária é mais apoio financeiro de políticos e empresários. Cita como justificativa para mais recursos, a carência de bois de competição por aqui, o que obriga os donos de parques a trazerem animais de outros Estados. “Há oito anos, o Ceará era o Estado mais forte em vaquejada. Hoje, caiu muito. A vaquejada precisa de apoio, pois gera muitos empregos”, reivindica.
Entidade defende mudanças nas regras
O primeiro formulou a proposta de “uma nova vaquejada”, como ele mesmo chama. A idéia é preestabelecer um número de participantes por competição e mudar o regulamento das mesmas a fim de encurtar a duração dos eventos para atrair mais público, viabilizar a cobertura pela televisão e possibilitar menos gastos financeiros.
Atualmente, conforme Barreto, não há limite de inscritos para as vaquejadas. A eliminação dos participantes segue por várias rodadas até que se conheçam os vencedores. Apenas um juiz avalia o desempenho do vaqueiro, que precisa apenas derrubar o boi na faixa pintada e receber nota 10. “Já houve vaquejada que terminou na segunda-feira à tarde. Assim, é necessária uma maior quantidade de bois”, ilustra ele.
Pelo método novo, haveria limite de inscrições e apenas duas fases da competição. Na eliminatória, todos os vaqueiros disputariam um máximo de 40 vagas para a final. A segunda etapa já decidiria a classificação do torneio. Para isso, os participantes seriam avaliados por três juízes, que atribuiriam pontuação de 0 a 10. A avaliação levaria em conta toda a performance, incluindo aspectos como técnica, velocidade, segurança e defesa do animal.
Com as novas regras, o presidente da Avace destaca que os custos com aluguel de bois diminuiriam 25%. Ele sugere uma classificação regional de vaqueiros, feita com base nas competições que já existem, de forma a se escolher o campeão do Estado no fim do ano. Assim, haveria valorização também dos cavalos campeões.
Falta de apoio
Já Tetê avalia que a vaquejada caiu muito no Ceará e cita, como exemplo, o pequeno número de campeonatos em comparação a outros Estados. Ele acredita que a mudança necessária é mais apoio financeiro de políticos e empresários. Cita como justificativa para mais recursos, a carência de bois de competição por aqui, o que obriga os donos de parques a trazerem animais de outros Estados. “Há oito anos, o Ceará era o Estado mais forte em vaquejada. Hoje, caiu muito. A vaquejada precisa de apoio, pois gera muitos empregos”, reivindica.
Fonte:Diario do Nordeste